A Paixão de Cristo e sua Catequese da Cruz
“Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo,
tome a sua cruz e siga-me.” [Mc 8, 34]
Jesus é condenado e sua sentença é a morte de cruz, prática que começou a ser usada em Roma como punição aos escravos, depois passou a ser aplicada também a prisioneiros de guerra, desertores, a ladrões, e, sobretudo aos rebeldes. “Uma estaca vertical e uma trave horizontal – e ai esta um homem suspenso entre o céu e a terra, o próprio filho de Deus” (GIRARDI, DOM AGENOR, MSC, Rainha dos apóstolos, ano 90, nº 1051 jan/fev. 2013 - P-15).
Entre o Céu e a Terra. Este se torna um aspecto que chama atenção se lembrarmos, que Jesus, traz consigo, esta própria concepção, o Deus que se faz humano por meio da gestação no ventre da jovem Maria de Nazaré, que nasce e cresce como qualquer criança de sua época, com ele leva a marca do Céu, tornando-se o Messias tão esperado, poderoso profeta, que arrasta multidões, que cura, que expulsa demônios, que perdoa delitos, que ensina com gestos e palavras, e que provoca a tirania das autoridades. O filho de Deus, o Emanuel como pode sofrer tanto e morrer no madeiro entre dois bandidos? Que escândalo e que humilhação para o filho de Deus. Ali estendido naquela cruz entre o céu e a terra, ele mais uma vez nos ensina muito, com sua catequese da cruz.
Jesus contraria a mentalidade de muitos de sua época inclusive dos seus discípulos, e mesmo de muitos cristãos na atualidade, quando rompe com a lógica do poder. Mesmo sendo Deus ele assume sua condição de homem, sendo humano sofre na carne todo o suplicio, e já na Ceia com os seus ele em sua condição de Mestre e Senhor, humilha-se ao se prostrar aos pés dos discípulos e ao lavar os seus pés, gesto que significa muito, quando lembramos que lavar os pés era um trabalho realizado pelos servos (escravos). Mostrando que para continuar sua missão eles deveriam como ele, servir na humildade.
Quando ele é levado e condenado mesmo que injustamente, resigna-se, passa por esta humilhação, depois por todo o martírio a caminho do Calvário. Para cumprir sua missão advinda do Pai, ele leva em sues ombros a pesada cruz, carregada da injustiça, maldade, cobiça, vaidade e ambição, sentimentos despertados naqueles a quem sua pregação tanto incomodava, se arrasta, por vezes, e até cai, necessita da ajuda do Cirineu, por fim é pregado na cruz, revelando que para cumprir sua missão, sua cruz torna-se um gesto de Amor, entre céu e terra, para redimir os pecados de seu povo, e deixá-los o exemplo de que crer é aceitar os desígnios de Deus até as ultimas conseqüências.
“A morte de Jesus na cruz é a fonte da vida porque a vida tem suas raízes no amor; uma fonte que o ser humano almeja. A redenção humana passa pela cruz de Cristo. Essa continua a atrair multidões de todos os tempos e em todas as gerações. A cruz é o sinal que mais fala a humanidade”. (GIRARDI, DOM AGENOR, MSC, Rainha dos apóstolos, ano 90, nº 1051 jan/fev. 2013 - P-15).
Assim aquele que quer seguir a Cristo deve tomar para si a cruz do martírio de Cristo, entrar em comunhão com ele e participar também de seu suplício, de outra forma, não pode ser digno dele e não pode ser seu discípulo. Assim este escândalo da cruz torna-se mais que memorial, uma condição sine qua non, para se viver o discipulado de Cristo, para ser um imitador de Cristo.
Todo condenado pelo império romano, na época de Jesus, a ser crucificado, tinha de carregar sua cruz, até o local onde seria morto. Para seguir a Jesus deve-se também carregar a cruz, sendo que o lugar para o qual se caminha é o local da própria crucificação! A cruz deve ser sinal da morte de nosso “EU”. Mesmo sendo perseguido, humilhado, injustiçado e até morto, num martírio como sofreram ao longo da história, vários cristãos. E assim a exemplo de Jesus tomar com convicção e coragem a cruz, renunciando a si e tudo a que se apega, para cumprir assim missão de ser cristão.
Dênis Ferraz
Membro da PASCOM - Santa Rita CG
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Aos Os pés da sua cruz - Banda DOM
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